SONO DOS ANIMAIS

 

O sono que nós conhecemos só existe em mamíferos, aves e alguns vertebrados. E mesmo entre estes animais, o sono varia muito, conforme a anatomia, a fisiologia, e a necessidade de adaptação do animal ao ambiente em que vive.
O sono é definido como um estado de repouso físico e mental em que ocorre um período de inconsciência total ou parcial.
Pesquisas recentes mostram que animais de sistema nervoso primitivo como insetos, camarão e crustáceos em geral têm estágios semelhante ao sono embora esses estágios não sejam idênticos ao dos mamíferos.
O sono dos mamíferos é constituído por 2 fases: fase de movimentos rápido dos olhos (REM) e fase sem movimentos rápidos dos olhos (Não REM). Recentemente uma fase chamada de USWS (unihemispheric slow-wave sleep) tem sido considerada nos estudos sobre o sono de cetáceos, peixe-boi, focas e pássaros. Nesta fase ocorre desligamento de apenas um hemisfério cerebral, enquanto o outro mantem-se ativo e permite ao animal a proteção contra possíveis predadores.
Na fase Não REM ocorre diminuição da tensão arterial, da freqüência respiratória e da atividade muscular, mas o animal ainda pode realizar movimentos. Já na fase REM ocorre atonia de todos os músculos esqueléticos com exceção dos respiratórios, cardíaco, oculares e do ouvido.

 

 

De acordo com registros eletroencefalográficos, a fase REM tem sido observada na maioria dos mamíferos e aves estudados. A sua ausência nos répteis sugere que a fase REM é característica de animais de sangue quente.
Há indícios que os animais sonhem no estágio REM do sono pois cientistas já presenciaram cães latindo enquanto dormiam.
Os animais dormem das formas mais variadas e isto se deve à sua adaptação ao meio ambiente. Muitos animais não podem dormir em sono profundo pois podem se tornar presas fáceis para o predador, assim tendem a dormir menos. Cientistas comprovam este fato observando o comportamento dos animais, como por exemplo a girafa que dorme em sono leve e em pé na maior parte do tempo, deitando-se somente quando as condições de segurança lhe são favoráveis.
Outro fato comprovado por cientistas é o caso das aves e da baleia e dos golfinhos. Pesquisas indicam que esses animais têm um sono diferente de mamíferos e caracterizado pela fase USWS que permitem o descanso unilateral do cérebro, ou seja, enquanto um lado do cérebro está em repouso o outro está em atividade. Esta característica destes animais pode ser comprovada observando que eles dormem com um olho aberto e o outro fechado.
Esse tipo diferenciado de sono USWS permite que aves não percam o equilíbrio enquanto dormem. Este padrão de sono é também importante para as baleias e golfinhos que dispõem de respiração do tipo pulmonar pois evita que eles morram afogados enquanto dormem.

 

Curiosidades sobre sono de humanos
  • A atividade cerebral na fase REM é muito parecida com a atividade cerebral de uma pessoa em vigília, por isso pode ser chamada de fase paradoxal.
  • Na fase REM do sono é que se avalia e escolhe o que será memorizado ou não pela pessoa, por isso pode-se dizer que uma noite bem dormida é essencial para a memorização do conteudo aprendido durante o dia.
  • O sonho ocorre em ambas a fases( REM ou NÃO REM). Foi demonstrado que nos sonhos ocorridos na fase Não REM o sonhador é sempre um observador passivo da cena, e que nos sonhos ocorridos durante a fase REM o sonhador é o protagonista.

 

 

  • Papel da melatonina
A melatonina é um hormônio produzida pela glândula pineal, também conhecida por “glândula do escuro”, pois sua secreção é evidenciada durante o período noturno.
A secreção de melatonina entre o anoitecer e o amanhecer ajuda a programar o “relógio biológico” interno que controla o ciclo circadiano dos animais. Acredita-se que o funcionamento do relógio biológico depende de receptores presentes na retina e sensíveis à luz, e do nervo óptico que levará a informação até a pineal inibindo a produção de melatonina.
A Melatonina é uma substância classificada como indolamina e tem como precursora a serotonina, um importante neurotransmissor. Especula-se que as estruturas fotoreceptivas, da retina e da glândula pineal, produzam a Melatonina, modificando a via de síntese da serotonina através de uma enzima, a serotonina-N-acetiltransferase. Assim sendo, a melatonina circulante atuaria nos diversos sistemas do organismo preparando e induzindo o sono. Este aparato de produção da Melatonina esta presente nos vertebrados em geral.
De acordo com a literatura, a melatonina é depressora da ação hipotalâmica na reprodução e assim regula sazonalidade reprodutiva dos animais, já que ela é sensível às variações sazonais do fotoperíodo no meio ambiente.
No caso das aves o fotoperíodo tem aspecto fundamental no desempenho reprodutivo e pode alterar a produção do hormônio de liberação de gonadotrofinas (GnRH) por 3 mecanismos: a) através do olho, b) através da glândula pineal ou c) diretamente sobre o hipotálamo. Destas teorias, a mais aceita atualmente é a da ação da luz diretamente sobre fotoreceptores hipotalâmicos, após atravessar a cavidade craniana.

 

 

 

 

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